Estou eternamente debutando diante de você. Adolescendo.
Totalmente inadvertido, fazes-me as maiores declarações de amor. Sem serenatas, sem poesias, sem ser piegas, sem-querer.
Seria um crime se soubesses disso. Você jamais me diria coisa tão bela, se soubesse o que está falando. Doce ignorância a sua. Nem faz idéia do poder que tem sobre mim. Aliás, no dia em que souber, o terá abandonado.
Um dia, eu tinha medo de te perder. Tinha medo de ser abandonada. Amedrontrava-me terrivelmente a ideia de que você me descobrisse.
Pois é, agora eu me permito ficar nua diante de ti. É, eu sou isso. Tenho estrias na alma, celulites no coração. E se você não puder me amar assim, fico um tanto feliz que vá embora.
É porque eu te amo enlouquecidamente que te permito partir. Mas você decide ficar. E, internamente, eu morro de alegrias. Eu me fragmento em felicidade. Derreto-me em lágrimas. Mas não te deixo saber. Sou egoísta, e alguns saberes, guardo exclusivamente pra mim.
Amar é deixar ir. Vai, se quiser. Mas se te interessa saber, quero que fique. Quero que me convide a ir com você. Eu só te quero. Mas não posso te deixar saber disso, completamente. E se você souber, torço para que não acredite. Então saiba só um pouquinho. Porque no dia que você tiver idéia do que você é pra mim....céus, estarei perdida.
23 comentários:
Em se tratando de amor, concordo que alguns saberes devem ficar não-sabidos mesmo. Eles se fortalecem com a penumbra.
(Nem escuridão absoluta e nem luz ofuscante.)
Essa penumbra e essa "doce ignorância", são a garantia de que tal amor e as reações que ele desencadeia serão sempre sinceros, espontâneos e verdadeiros.
A propósito: declarações de amor inadvertidas são as mais gostosas e sinceras.
Reina!
Concordo com o segundo comentário do Artur! Ás vezes a certeza pesa tanto, e como poderia existir amor sem sua característica leveza, o frio na barriga das incertezas?
É preciso ser seguro de si, mesmo na insegurança da relação, pra deixar o outro transitar por vc, sem ter aquele medo de que pode te machucar. Se não, parece que tudo fica regrado e medido, a doses seguras de amor.
Nossa, você conseguiu transformar um dos sentimentos mais bonitos em texto, e está lindo.
A história de ''Solte, se voltar é seu''. A gente manda ir embora, mas ele sabe que não é isso que queremos. Os nossos olhos falam por si. E isso de permanecer mistério pra quem amamos é o que torna a relação mais interessante.
Porque a gente sempre tem idéia da intensidade do amor que sentimos, mas o outro nunca sabe ao certo. A questão é que o amor é sempre jovem...
Lindo texto querida.
bjs, bom fds.
As declarações de amor que valem são sempre sem saber. Se há algo, aliás, que prescinde de saber é o amor, seu verbo é o sentir.
E você, Alicia, como sempre, fazendo-me sentir com teu texto.
:)
Um amar-sem-declarar pode ser muito lindo, mesmo. COm ressalvas.
Abraços
Ai ai... esse "hábito" em não demosntrarmos tudo... por completo...
:)
A proteção às vezers nos priva do melhor, heim Alicia!
Você tem uma forma claríssima de expressar seus sentimentos, gosto muito disto.
Olá.. vi que você passou a seguir meu blog. Estou seguindo o seu também, não porque vc segue o meu, mas gostei do conteúdo. Sempre deixo liberado comentários para textos que eu mesma tenha feito, comente sempre que gostar ou quiser dar uma dica ou crítica, ou se quiser repostar algum texto em algum lugar, só colocar o meu nome e tal. Vamos manter contato, visitarei sempre que der. um bj e obrigada =)
Tão lindo! *--*
É aquela velha história ...
Te deixo ir, mais a vontade que você fique é tão grande.
Mais se for pra realmente ser, um dia será, a gente querendo ou não.
Adorei tuas palavras. Adorei o espaço.
http://changesl.blogspot.com/ ;D
as vezes, quem amamos já sabe que gostamos dele e mesmo assim eles preferem manter em segredo esse amor :/
seu texto é perfeito!
Alícia...
O texto mais lindo que vc já escreveu...
Belo até no modo solene com que expressas a dor da liberdade que concedes ao outro em decidir ir se assim o desejar...
Maravilhoso!
Adorei
*torço pra que ele fique ;)
o seu, o meu, os nossos...
Calou-me de corpo e alma. Quero reler essa no seu livro!
;-)
Que texto lindo. Um amor ainda de paquera, um amor de adolescente... A forma simples e gradual de amar!!!
Adorei conhecer seu blog!!
Bjuus
Alicia, as palavras ganham vida aqui.
Todas as vezes que leio os teus textos descubro um pouco de mim, é como se meus segredos estivessem sendo revelados em metáforas.
Os teus verbos - e versos - enternecem a poesia da minha vida.
Ler sobre esse amor desmedido, livre e libertador me fez um bem danado. Diante disso, só posso dizer obrigada. E pedir que continue escrevendo, continue nos encantando e trazendo poesia as nossas vidas.
Ah, concordo com Livia, este texto TEM que estar no teu livro.
:)
Aplausos infinitos!
A minha concepção de amor é assim: uma entrega com pausas. Pausas para não se perder de si mesma e se decobrir totalmente misturada com o outro ser. Eu não acredito no "dois em um". No "dois em um", alguém se quebra para se encaixar ao outro.Acredito nos dois "uns" que se interceptam pelo respeito ao ser genuíno que o outro é! É esse aí o amor incondicional que mesmo não querendo que o outro vá o deixa ir porque o ser humano não é refém de nenhum ser no mundo. E, provavelmente, só assim experimentaremos o verdadeiro amor! Inspirou-me, viu?
é... o amor tem dessas coisas...
Lindo Post.
Beijos...
Estarei perdidamente envolvida, e feliz.
Beijos, beijos!
Ana
Estou adole-sendo mas sou criança mimada não sei deixar partir.
Um beijo.
aaaah o amor, a aceitação, o prazer de aceitar o outro do jeito que ele é e compartilhar nossa felicidade com o ser amado... incomparável!
Parabéns pelo post!!
beijos!!
Já pelo título gostei! Muito bom, moça inteligente!
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