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segunda-feira, 19 de março de 2012

Perda parcial

- Você não sente que está perdendo algo, estando comigo?
 - Sinto, sim. Estando com você estou perdendo todos os outros homens do mundo.
- E isso não te angustia?
- Perder é uma escolha. 






Amar é escolher perder. Olha só que coisa besta eu recortando diálogos da vida real pra postar no meu blog. Mas veja, só, quando eu mais me convenço do meu discurso barato de que você não é mais romântico como no começo, de que você me espanca com a sua ausência de palavras, você de repente me faz as maiores declarações de amor com o seu olhar. A ponta dos seus dedos grita à minha pele o quanto eu sou amada. E tudo isso no grito de um silêncio. Amar você é a perda mais linda da minha vida. Eu não sei de onde surgiu essa história de que perder é mau, doído e ruim. O amor pode ser uma perda deliciosa. Mas sem historinha romantiquinha de que vale a pena perder uma coisa pra ganhar outra. Não! Pensemos no amor como pura perda. No amor como um buraco que a gente crava na nossa existência. E que depois disso nunca mais possa ser feliz sem amor. Vocês já viram, como ficam as pessoas quando perdem um amor? Querem outro pra se curarem. E aquele discurso de que "tenho que ficar bem sozinho antes de estar com alguém", geralmente é pura extração de livro de autoajuda, ou seja, de nada serve. 
Se você já amou, se fodeu, meu bem. Nunca mais vai ser feliz sem amor. Ainda bem que a gente pode amar coisas e causas. Não fosse isso, bebê, eu te sufocaria. Ia te matar de tanto amor. Sorte a sua que eu escrevo, que eu trabalho, que eu amo várias coisas nessa vida. E olha, comecei esse texto pra falar daquele diálogo ali em cima e de como vejo o seu amor por mim, daí o leitor pode me achar louca (como sempre) porque a declaração de amor ali é minha. Mas é que com certas perguntas, você me ganha. Acho que no fim das contas perder e ganhar não são opostos, talvez sejam faces da mesma moeda.

8 comentários:

Danelize Gomes disse...

Sempre extraindo fragmentos dos teus textos para a minha vida. Acabei de renunciar algumas coisas para voltar a namorar, porque ainda amava. É, o amor é a grande perda e talvez, o grande ganho também.
Amei, como sempre, sua louca Alicia linda :}

Ismália . disse...

Oi Alicia!

Não sei comentar sobre o amor, acho que eu nunca amei de verdade. Pelo menos não com essa intensidade toda. Mas acho tão lindo...
Eu só sei que algumas pessoas têm o dom de nos amolecer com duas palavras. :)

Enfim...

Beijocas!

Ismália .

Ayanne Sobral disse...

Ah, menina. Doce menina cuja vida é uma erupção de pensamentos que nos brinda quando colocados no papel, e deixa os nossos olhos tão, mas tão felizes. Vou te dizer uma coisa que quase não digo - quase porque já disse algumas vezes e não fui compreendida:
Depois que conheci o amor, e, sobretudo, depois que vivi o amor. Depois que vivi essa loucura de, entre todas as outras possibilidades, escolher uma pessoa. E desejar ser escolhida também. Depois disso, eu descobri o quão bom é esse negócio de dividir solidões, pensamentos e sonhos, esse negócio de [con]fundir corpos. De se doer inteira por causa de uma simples escolha. Aí entendi que aquela história de "sou muito bem sozinha", "prefiro estar sozinha", "sou auto-suficiente", é um grande blá blá blá. Porque bom [bom?] mesmo é emburacar o coração e a existência. Ou seja, se foder. No final das contas, acaba valendo a pena.

Entende? Você [me] entende. Eu sei.

Marcelo Tirote disse...

Amei seu blog curto pra caramba seu jeito e reverente de publicar.

Cynthia Osório disse...

percamos

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lívia Azzi disse...

Muito boa ideia essa de ver os pólos perder e ganhar, não como opostos, mas como faces da mesma moeda.

:-)

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

A perda talvez seja mesmo o tema por excelência do mundo recente. Estou escrevendo um livro sobre isso.
Parabéns pelo texto, moça.
Beijos