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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

mau meu-humor, meu mau-humor


Acordar de mau-humor é uma coisa inexplicável. Não faz sentido algum. Só acontece que o mundo fica torto, as pessoas ficam burras, e...balela. Acho que não é nada disso. Talvez quando a gente acorde de mau-humor isso nada tenha a ver com o mundo de fora, mas com o mundo de dentro. Sim, eu escrevi sobre isso de alguma forma, no post anterior, que dizia da TPM. É claro que escrevo hoje sem apontar essa sigla como fator desencadeante, porque hoje digo daquele mau-humor que todo mundo tem, simplesmente porque tem. (Tpm não é mau-humor, é uma tristeza que não dói).

Mau-humor é uma braveza com si mesmo, que talvez se reflita no mundo. Sabe quando você faz careta pro espelho, e então ao ver o seu reflexo enxerga uma careta? É isso, o mundo é um espelho, e a gente o vê do jeito que é. Ou, do jeito que está. Faço aqui a diferença do verbo ser/estar não por psicologia barata (ou talvez seja), mas para apontar a efemeridade dos meus sentimentos, sensações e opiniões. Mudo de opinião facilmente. Isso porque acho que no fundo, não tenho opinião formada de coisa nenhuma. Apenas consigo pensar nas possibilidades de todos os ângulos de visão, e as defendo conforme o meu humor. Sim, eu entro em discussões e me exalto como quem agarra uma causa com unhas e dentes, e no instante seguinte já nem acho mais naquilo. Minto, no instante em que digo uma coisa já não mais acredito nela. E assim é também com a escrita. Não pense você que eu acredito em tudo o que eu escrevo aqui.

Meu humor oscila. Um psiquiatra qualquer facilmente diria que tenho algum transtorno do humor, caso eu fosse sincera em responder às perguntas babacas que os médicos nos fazem. Não acredito em mim mesma, não amo e nem odeio completamente nem as pessoas e nem uma causa. Às vezes acho que dou meu sangue pelas coisas que quero, outras vezes acho que aquilo que eu consigo é puro presente do universo, que eu sou uma relaxada. Escrevo um post defendendo a descriminalização do aborto, no entanto nem sei se isso tá certo. Defendo mulheres que mandam nos seus homens, mas levanto pra pegar cerveja pro meu durante o jogo. 

Enfim, nem sei mais porque é que falo disso, se o que eu queria dizer hoje era do meu mau-humor sem motivo. Estou brava hoje. E no fundo talvez eu tenha dito todas essas coisas aqui pra não falar do que me deixa mesmo mau-humorada hoje. E é assim que a gente vive fazendo, fugindo de si mesmo, ainda que já saibamos em que ponto estamos.

6 comentários:

Espelho Meu disse...

Não há como ser constante sendo mulher. Nem os homens são. Isso porque possuem dois sacos. rs Por isso cultivo meu saco imaginário pra depósito de mau-humor. Ótimo texto pra ler hoje: dia em que o mundo faz careta. ;)

Sandro Ataliba disse...

Eu até pouco tempo atrás sempre acordava bem, e não entendia como as pessoas podiam acordar tão mal-humoradas. Hoje em dia eu entendo. Não sei se é a idade, a mudança de hábitos - antes eu era noturno, agora, bem diurno - ou qualquer outro fator. Mas hoje em dia não lembro como era acordar de bom humor.
Preferia o antes.

Verônica disse...

Fuga TOTAL neh!

Aiaiai...

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

No seu mau-humor, você se elucida, se esclarece, sem embargo de as palavras lhe escaparem. No seu mau-humor, você se revela demasiado humana, exibe suas contradições; põe a nu aquilo que o bom-humor civilizado encoberta.

Beijos.

Karola disse...

oies
deixando aquele oi de fim de ano
e agradecendo pela não_toda ácida e doce que você é
adoro sempre suas palavras...
beijin

Danelize Gomes disse...

Mau humor que vem naturalmente de dentro, é. Todos nós temos.
Somos assim, inconstantes, como você, dona Alicia linda.
Só que não chegamos nem aos seus pés quando falamos de textos, você é incrível. *-*