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domingo, 23 de outubro de 2011

O amor não é líquido, é plástico.



Desde a primeira fincada eu senti que não era normal. Não era sexo. Muito menos essa balela de amor. Era além descrição.
Minha boca molhada desejava a dele, humildemente, mas ele recusava. Deixava-me tonteada e sem sentido enquanto negava... Eu só queria um beijo, só queria arrancar um pedaço daqueles lábios, só queria sentir o gosto de sangue-chocolate que ele tinha... Mas o seu falso poder não me deixava saborear o corpo caprichado.
Sentia suas costas suadas, arrepiadas, quem sabe de tesão. Isso indicava que aquela seria a primeira - ou última - vez que ele fosse comer alguém. E por sorte ou infortúnio eu era escolhida para ser comida e desejada e fodida e amada e beijada por aquele homem.
Estou transando. Estou fodendo. Estou amando. Estou morrendo.
Quantos deuses são necessários para descrever o tesão que sinto quando o seu corpo inteiro toca o meu? Quantas almas morreram para me dar o sentido que sinto quando ele suavemente passeia com sua língua nos meus seios?
E ele me chupa. Cada pedaço do meu corpo parece ser gota d´agua num deserto putanhesco, onde só o desejo impera e domina. Sou sua escrava numa posição e noutra sou sua dona. Ele me chupa e eu imagino...
Numa ultima dose de sofreguidão imaginária, ele mexe os quadris, quando dentro de mim. Rebolava e ao mesmo tempo murmurava palavras que me destruíam... Cada mexida sua, era um orgasmo dançante ao som de ninfas.
Ele gozou, e eu pensava que sentia. Sentia a quentura doce e abençoada que vinha daquele ato de amor... Sentia os últimos vais e vens, como se a cada vai eu fosse violada sem futuro e a cada vem eu fosse amada incondicionalmente...
Neste final sobrou o silencio. Um silêncio doído e necessário que só os amantes sabem a necessidade. Ele não me ama, nem eu amo ele. Tanto amor em mim, e em você nada.
Ele sai de mim, deixando somente seu gosto amargo nas minhas gotas de suor - que só eu sinto. Eu relaxo e rezo. Rezo pelo desejo e pelo tesão de menina que ficou. Choro pelas lagrimas de prazer que quiçá ainda vão vir.
Sobrou somente uma realidade: Te acho tão amável, tão sexy, tão quente... mas a sua existência resume-se apenas a alguns reais trocados por um pedaço de borracha fria, comprada num sexshop qualquer. E, nem de perto você me dá o amor que necessito nesse mundo...


13 comentários:

Anônimo disse...

Sobrou somente uma realidade: muita distância pra muito tesão.

Tanto amor nadando por aís, por ais, por, entre, fora e dentro, aqui nada.

Ingrid disse...

forte isso..
beijos..

Mente Hiperativa disse...

"deserto putanhesco"
tá com o dimonho no coro é fia???


KKKKKKKKKKKKKK Ri demais com isso, e eu nem ia ler por conta do título, falando de amor, mimimi...

Tô PUTO com o amor desde ontem, inclusive amanhã vou postar um texto pra ele ver o que vou fazer com ele. Esse porra.

Mas foi muito original, inusitado, gostei, embora eu desconfie que se vibradores mandassem flores e ligassem no dia seguinte, muitas mulheres (e não todas) prefeririam ele a um homem de verdade. Sei lá...

Bjo

Luz disse...

Nem de perto, nem de perto mesmo!

Há uma fome que é esganada e que não cessa... Amém!

Luz disse...

Mente hiperativa, putz tive que rir do seu comentário...
dimonho no côro, vixee que coisa bem paranaense (minha terra)

Bom vir aqui ler a Alícia e encontrar desses comentários como o seu.

Adorei! Viajei nas letras, criei minhas cenas, me diverti. Venho novamente!

Impulsiva disse...

Oh my God! Acho que nunca te li assim... e no fim, não é que nada tinha de obsceno? Foste tão doce ao concluir...

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Você, com estas belas e voluptuosas notas da alma, confirma minha tese: em matéria de amor, somos todos muito carentes!

Um abraço.

Fernanda H.A. disse...

Magnificamente bem escrito!

BG disse...

De repente, não sabia se estava nos 4 pecados ou no falando com ela... mas em qualquer lugar que escreva, você consegue se surpreendente. Adorei o final. Parabéns!

Danelize Gomes disse...

Ai,meu deus! Tive que parar duas vezes de ler,imaginar e continuar a ler o teu texto.
Guria, nunca tinha te lido assim, tão sexy,tão quente e tão linda!
Parece que ou tu te desprendeu ou alguém ligou um botãozinho em ti *-*
Adorei a parte da "sofreguidão imaginária" e amei teu texto por inteiro, Alicia!

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

Bom, sr Bauman... há de convir que a menina tem talento...

Beijos

Cynthia Osório disse...

Ótimas doses de transpiração!

Nanda disse...

ACHO que o 4 pecados tá te fazendo bem hein Alicia? HAHAHAH