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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Pedaços de mim

Tenho escrito muito, porém em caderninhos e em blocos de notas no celular.
Tá, eu não tenho escrito muito, mas tenho escrito um pouco e não postado.
Não sei por que, mas arrisco a dizer que aqui não posto o que é verdadeiramente meu, posto só o que é meu, mas não muito. O que é demasiadamente meu nem eu posso ver direito. Escrevo e abandono.
Devem ser tentativas de abandonar pedaços de mim.
Na internet não é possível abandonar a si mesmo. Uma vez escrito, para sempre escrito.
É engraçado isso, porque sempre pensei que eu escrevia para não perder pedaços de mim. Pois hoje acredito que eu escrevo pra perder pedaços de mim e publico por amor aos pedaços de mim.
Só sei que é bom quando me leem. É muito bom ter sinais de que não enlouqueço sozinha com as palavras. Mas mesmo quando me dizem que se identificam com meus escritos, secretamente, eu não acredito. Acho que é sempre outra coisa que leram. E é. Assim como quando eu leio e me identifico com outros escritos é sempre outra coisa que eu leio.
Queria um pedaço de comunicação plena. Algo que não precisasse de palavras. Queria uma telepatia.
Com quem? Comigo mesma.

5 comentários:

Danelize Gomes disse...

Talvez aí nessa tua cabecinha tu possa confundir tudo, até a mais simples das palavras, mas saiba que eu siga adorando te ler.
Dá até pra dizer "te leio", em forma de amor pra ti. <3

Poeta da Colina disse...

Poesia é terapia e se reserva ao acordo doutor paciente. A folha em branco parece entender nosso vazio e então nos preenchemos.

Marcele Luize disse...

É, telepatia...

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Telepatia pode ser bem perigoso, se não tiver filtros. Há pedaços de nós que convém serem deixados de lado. Eu já fui e voltei. Ser pleno tem gosto de loucura.

Me-nina disse...

Ahhh, sempre com palavras belas! Amo aqui! :)