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domingo, 29 de abril de 2012

Sou só mais uma mulherzinha, podem me julgar.


Tenho uma mania feia de me perder no seu desejo.

Acho que sou toda senhora de mim, toda moderna e dona do meu nariz, e então, quando me dou conta, mais pareço uma mulherzinha do século XV gostando das coisas que você gosta, emitindo opiniões políticas e sociais que talvez eu jamais pensasse, se não tivesse conhecido você.

Mulheres, podem ficar bravas comigo. Não sou um exemplo a ser seguido.

Feministas, podem me jogar na fogueira, não acho que isso de me perder no desejo do meu amado seja um problema.

Não queimei sutiãs, e tenho minhas dúvidas se faria isso.

Sim, eu trabalho, ganho dinheiro e não abriria mão disso por nada nesse mundo.

Mas eu também não consigo supor como seria, caso as coisas fossem diferentes, porque não são.

Quanto mais cheia de mim eu penso ser, mais me descubro completamente à mercê do seu desejo.

Eu, que quanto mais te tenho, quanto mais eu acho que sei de mim, com mais intensidade me flagro sabendo cada vez menos quem sou eu.

Minha alma sabe muito bem o que quer - mas o que ela quer, é se perder na sua....

E nessa, eu só me fodo, se a gente pensar como livro de autoajuda. Um ser tem que ser completo sozinho, a gente não se completa no outro. Você tem que primeiro ser feliz sozinho pra depois amar alguém. É preciso, acima de tudo, amar a si mesmo e blábláblá......ECA!

E nessa, eu adoro me foder. Porque é quando eu me perco em você que a minha existência descansa.

Eu sei que se um dia eu não mais te tiver, sobreviverei. E isso basta de afagos ao meu ego.

Que o mundo se foda, que se explodam as feministas, que morram os escritores de autoajuda....eu amo você. E isso é tudo. E isso é muito. Mesmo que de vez em quando, eu suma. Adoro sumir.

12 comentários:

Ronaldo Fernandes disse...

E é este o real sentido da vida, se completar pra entender que temos outro a quem continuar, primeiro entender a suficiência do eu pra suprir a carência do nós e vamos combinar que não há nada mais gostoso que 1 vida a 2 (bem vivida, com inteligencia e amor)

Nati Pereira disse...

Sentimos, sem querer. Nos fazemos de duras, fortes, mas tem uma hora que a mulherzinha aparece e permanece até a hora de expulsarmos ela. Beijo

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

Que se explodam as feministas e que morram os escritores de auto-ajuda. Assino embaixo.

Flá Costa * disse...

ai Alicia, as vezes eu sumo daqui e aí me deparo com um texto desse e me pergunto "por que?" rs...

de verdade, eu também acho um saco as feministas que vivem dizendo isso e aquilo de mulheres apaixonadas. algumas vezes penso: será que são todas elas assim, tão amarguradas?

beijoca

Sabrina Andrade disse...

... quando o suficiente se torna insuficiente.

Mente Hiperativa disse...

Eu acho massa você tornar explícito o seu jeito 'mulherzinha' sem medo do que vão falar, sem medo das feministas.

Sempre me atrai por mulheres fortes e decididas, mas que nas horinhas vagas se mostram dengosas e 'Amélias'. Em contrapartida também não economizo nos mimos.

Acho que uma relação boa e saudável é assim, cada um cede um pouco, e ambos aproveitam a vida sem rótulos de machista ou feminista, sem discussões intermináveis bobas que não resolvem nada.

O orgulho acaba com a relação. Bjo

Talita Prates disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Talita Prates disse...

Mas gente, amor só pode ser mesmo isso: quando a nossa existência descansa na existência do outro!

mas que lindo!
mas que foda!

meu beijo!

Ayanne Sobral disse...

Dark continent.
Che vuoi?

Que queres?

"Mas ela encontra o significante de seu próprio desejo no corpo daquele a quem sua demanda de amor é endereçada".

Você não existe. Você é não-toda.
Você é mulher. E é poeta.
Tadinho do Freud, que não te conheceu. Lacan, não. Porque do Lacan você é amiga íntima, certeza.


Teu texto está ecoando em mim.
Fazendo alguma coisa com a minha tristeza.

...

Homem disse...

Olá,
Amor é se perder,
é deixar levar,
é ter medo de sofrer,
é ter medo de dizer "sempre"
e sempre dizer.

Abraços!
Homem de 2indices

Cynthia Osório disse...

não é exatamente uma 'mulherzinha' que sabe dizer um "e dai?"

Luís Monteiro disse...

É, chega um tempo em que uma parte do amor é completamente dependente da outra. Digo, as pessoas só se sentem completas com uma outra metade. Mas, me pergunto, é mesmo preciso se amar pra amar outra pessoa? O que mais vejo é pessoa que ama por dois, por trés e se esquece de amar a sim próprio... E ainda assim, amam de verdade, entende?

Vou permanecer por aqui moça. Um beijo. Até logo.
Tiver um tempo, estou por aqui:
semguarda-chuvas.blogspot.com