
domingo, 26 de agosto de 2012
Quero te vomitar

segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Eu e os meus 12 pulmões
A minha pele grita pela sua, e eu sei que é paixão (Mentira, é tesão mesmo, mas paixão pra mim é eufemismo pra tesão, porque não sei falar de tesão como se fosse uma coisa natural. Aliás, acho que não sei falar de mim como se eu fosse uma coisa natural. Enfim.)
Minha alma grita por você e eu sei que é amor.
É estranho isso de dizer que corpo e alma são coisas diferentes, eu nunca sei explicar como posso sentir algo para além do meu corpo.
Acho que chamo de corpo aquilo que eu consigo localizar. Sinto uma dor muscular, aperto o local e dói mais ainda. Sinto vontade de comer doce, e localizo a parte embaixo da minha língua que saliva por um pedaço de chocolate. É apaziguante isso de conseguir localizar de onde vem determinadas vontades, ainda que sejam ruins.
Acho que chamo de alma quando não consigo achar o lugar de onde vem o meu desejo. Te amo num lugar que não sei onde é. Balela isso de dizer que a gente ama com o coração. Se fosse só com o coração eu estaria tranquila.Besteira achar que é com o cérebro, se assim fosse, eu nem amaria. A merda é que eu não sei com que parte de mim eu amo, e aí chamo de alma, porque parece que é com o corpo todo e mais um tanto. Te amo com 50 dedos, embora eu tenha apenas 20 (sim, gente, 10 nas mãos e 10 nos pés, não é?) Te amo com as minhas 10 cabeças, embora eu tenha apenas 1. Te amo com meus 20 estômagos, com os meus 87 pés, com os meus 5 esôfagos, meus 10 rins, minhas 150 trompas de falópio, e por aí afora.
Não é fácil ser eu, meu filho. (Ficou estranho isso de filho, mas tenho uma regra própria aqui de não apagar as coisas que eu escrevo, então azar, vai ficar assim mesmo)
Tudo o que você tem que fazer é me lembrar de vez em quando, e de forma doce, que existe um chão embaixo dos meus pés. Que tenho apenas 1 cabeça, 2 rins, 1 útero, 1 sexo, 2 pernas, e tal. Pode parecer maluquice isso, mas preciso que você dê contorno ao meu corpo. (E agora pareceu mais maluco, né? Dane-se).
Minha alma grita por você e eu sei que é amor.
É estranho isso de dizer que corpo e alma são coisas diferentes, eu nunca sei explicar como posso sentir algo para além do meu corpo.
Acho que chamo de corpo aquilo que eu consigo localizar. Sinto uma dor muscular, aperto o local e dói mais ainda. Sinto vontade de comer doce, e localizo a parte embaixo da minha língua que saliva por um pedaço de chocolate. É apaziguante isso de conseguir localizar de onde vem determinadas vontades, ainda que sejam ruins.
Acho que chamo de alma quando não consigo achar o lugar de onde vem o meu desejo. Te amo num lugar que não sei onde é. Balela isso de dizer que a gente ama com o coração. Se fosse só com o coração eu estaria tranquila.Besteira achar que é com o cérebro, se assim fosse, eu nem amaria. A merda é que eu não sei com que parte de mim eu amo, e aí chamo de alma, porque parece que é com o corpo todo e mais um tanto. Te amo com 50 dedos, embora eu tenha apenas 20 (sim, gente, 10 nas mãos e 10 nos pés, não é?) Te amo com as minhas 10 cabeças, embora eu tenha apenas 1. Te amo com meus 20 estômagos, com os meus 87 pés, com os meus 5 esôfagos, meus 10 rins, minhas 150 trompas de falópio, e por aí afora.
Não é fácil ser eu, meu filho. (Ficou estranho isso de filho, mas tenho uma regra própria aqui de não apagar as coisas que eu escrevo, então azar, vai ficar assim mesmo)
Tudo o que você tem que fazer é me lembrar de vez em quando, e de forma doce, que existe um chão embaixo dos meus pés. Que tenho apenas 1 cabeça, 2 rins, 1 útero, 1 sexo, 2 pernas, e tal. Pode parecer maluquice isso, mas preciso que você dê contorno ao meu corpo. (E agora pareceu mais maluco, né? Dane-se).
domingo, 12 de agosto de 2012
A culpa é toda sua
Geralmente a culpa é da minha mãe, mas dessa vez percebo que
a culpa é toda sua, pai. Primeiro porque você me fez nascer mulher. Maldito
cromossomo x que você resolveu me dar. Já não bastava o cromossomo x da minha
mãe, você resolveu me dar um também. Ter dois cromossomos x é tipo ganhar dois
vestidos iguais. Tenho que inventar moda com um dos vestidos se eu quiser fazer alguma coisa com o vestido repetido.
Enfim. Aí acho que você quis se redimir por ter me feito
menina e pra compensar me deu todo o amor do mundo. Me fez acreditar que eu era
uma princesa. A mais bonita, a mais inteligente, a maior merecedora do universo de
todas as coisas boas. Eu acreditei, é claro, porque eu acreditava em tudo o que
você me dizia.
Eu acreditei quando você foi viajar de avião, e quando eu chorei
um céu de lágrimas porque você ia ficar uns dias longe (uns dias é tipo pra
sempre quando se é criança), você me consolou me dizendo que traria nuvens de
presente. E eu acreditei quando você me disse que não tinha trazido o punhado de nuvens prometidas porque as
janelas do avião estavam fechadas.
Eu acreditei quando você me prometeu dar um aquário de
presente se eu parasse de roer as unhas, e acreditei que você esqueceu de me
dar o aquário todos os dias até hoje. (Tá, até hoje também não, né, mas você sabe que mulher que se preze tem sempre que fazer um drama pra dar realidade à coisa)
Eu acreditei quando você me dizia que a minha dor
existencial era "dor de crescimento" e também quando você me prometeu ser meu pai por
toda a minha vida, embora fosse se separar da minha mãe. (Foi meio esquisito
entender que eu e a minha mãe não éramos uma só, e que era possível você se separar
de uma sem deixar a outra.)
Acreditei em todas as suas promessas, até nas que você não cumpriu, porque de algum modo, o que eu queria eram as promessas. (E ainda hoje é um pouco assim, não me importa se serei amada para sempre de verdade, mas eu bem gosto de ouvir que sim)
Acreditei em todas as vezes que você me disse que tudo ia ficar
bem, e de algum modo, tudo sempre se resolveu. Mas por sua culpa, vivo achando que as coisas não estão tão bem
quanto eu merecia. Porque você, paizinho, me fez acreditar que eu merecia as
melhores coisas do mundo e que isso viria fácil, simplesmente pelo fato de eu, princesinha, existir. Acreditei que vivia num mundo onde todos eram meus súditos e que eu era
a sua filha preferida. E agora dou-me conta de que você nunca me disse nada
disso. A única coisa que você fez nessa vida foi me amar. (E claro, pôr comida
em casa, pagar colégio, me levar pra aula e pro ballet, ir a todas as apresentações
da escola, às reuniões, etc e tal, "detalhes")
Então às vezes me pego, sem perceber, te odiando por ter me
amado de um modo único. Por sua culpa eu sempre serei um tantinho frustrada no
amor, porque nunca nenhum homem vai me amar como você. E por sua causa não amo
alguém que não merece o meu amor. O seu amor por mim tornou o meu amor seletivo
o suficiente pra só se concretizar na minha carne, quando me apareceu uma pessoa
tão digna de ser amada por mim.
Aí que assim, já que você me deu o cromossomo que me fez ser
mulher, muito obrigada por ter me ensinado a amar o amor a ponto de não entregá-lo
nas mãos de qualquer um. Porque é muito triste saber que muitas mulheres não
foram devidamente amadas pelos seus pais (ou por qualquer outro homem) , e então hoje entregam o que há de
mais precioso numa mulher (nada de órgão genital, é o amor, gente) nas mãos de
pessoas que não sabem ser amadas.
Então é isso, pai, obrigada pela dignidade que o seu amor me
deu. E muito obrigada por estar vivo para ler isso. (Embora você não vá ler, simplesmente porque eu não vou te passar o link)
(Tenho alma de adolescente toda vez que falo do amor, mas acho que ao falar do meu pai regrido ainda mais. Porque só sei amar sendo infantil e veadinha)
domingo, 5 de agosto de 2012
Minhas mulherzices
Já não sei mais se escrevo pra você, meu amor, se escrevo pra mim, ou se escrevo pra essa gente louca e linda que vem aqui ler as minhas bizarrices amorosas e se identificam.
Essa história de escrevo pra isso ou escrevo pra aquilo, já orkutizou, né? Ficar dizendo que eu te amo de mil jeitos diferentes também já encheu o saco, né?
Mas é claaaaaro... que não.
Sou mulherzinha, e dessas que não se cansa de dizer a mesma coisa de um milhão de jeitos diferentes. Acho que dizer "eu te amo" é sempre novo. Posso dizer que te amo em arial, ou em times new roman, ou em português, ou em croata, depois de comer macarrão ou enquanto como chocolate, e cada vez a minha declaração terá um gostinho diferente.
Não precisa se dar ao trabalho de me explicar amorosamente que você discorda de mim. Eu já sei bem que você funciona de uma forma muito diferente da minha. Mas essas pessoas que passam aqui no blog, sabem bem o que eu quero dizer com isso. Também são obsessivas com o amor, e com as formas de amar, e com essas coisas que as palavras não dizem.
É estranho, eu me sinto acolhida por esses olhos estranhos, que leem as minhas palavras. (Sim, os seus olhos, gentes que eu não conheço!) Me sinto mais confortável amando loucamente 9amar loucamente é pleonasmo?), desde que vocês começaram a vir aqui me dizer que também sofrem disso, e que às vezes gostam de não sofrer disso que poderia ser um sofrimento. São vocês que dizem isso ou sou eu que estou dizendo? Tá dando pra entender? Vocês estão me acompanhando, ou tô aqui falando sozinha?
Tenho essa mania de me confundir com os outros. Leio um trecho de um livro e entendo coisas que o autor não disse. Leio os comentários de vocês e degluto palavras que eu mesma digo para mim, como se elas tivesse vindo de fora. Por isso que não sei mais para quem eu escrevo. E também acho que isso não importa. Mas deveria importar. Eu sempre acho que as coisas não importam, e elas não me importam mesmo, mas eu deveria me importar mais com as coisas. Ai, que preguiça de me importar com as coisas. Meu amor, sou tão besta...satisfaço-me com um beijo quente seu. (por 1 segundo)
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