tag:blogger.com,1999:blog-41153679066091367882024-03-13T00:48:23.889-03:00Fale com elapor Alicia RonceroAliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.comBlogger175125tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-86969258192231137432015-01-19T00:55:00.001-02:002015-01-19T00:55:09.702-02:00zZzZzZzZZZzzzz...Estou farta de te amar. Amo um dia, no outro também e no outro, ainda. Aí decidi desamar um pouco, pra sair da rotina. Aí fiquei presa no excesso de desamor. Que na verdade não é falta de amor, é uma tentativa de não te sufocar com meus excessos (ou com as minhas faltas, não sei bem qual é a diferença). Aí fico te protegendo do meu amor que é sufocante pra você e é sufocante pra mim também, e como consequência disso, fico amor-tecida. Assim meio zumbi, assim meio presa numa sucessão de dias que são parecidos. Assim meio com preguiça de ter que lidar com o meu desejo de te devorar, assim meio com preguiça de ter que lidar com o seu medo de ser devorado por mim. Meu desamor me protege disso tudo, mas por outro lado me priva de boa parte das delícias que tenho quando te amo de peito aberto. Acabo de saber que é por isso que eu não tenho escrito. Meu primeiro <a href="http://falandocomela.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html">post </a>desse blog teve como título "escrevo para acordar". Então é isso, não tenho escrito porque estou dormindo. Eu e essa minha compulsão brega a ser bela adormecida. (Mas não é um beijo que me acorda, é a escrita. Só depende de mim.)Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-12597038466013766962014-12-03T00:01:00.001-02:002014-12-03T00:01:05.044-02:00Pedaços de mimTenho escrito muito, porém em caderninhos e em blocos de notas no celular.<br />
Tá, eu não tenho escrito muito, mas tenho escrito um pouco e não postado.<br />
Não sei por que, mas arrisco a dizer que aqui não posto o que é verdadeiramente meu, posto só o que é meu, mas não muito. O que é demasiadamente meu nem eu posso ver direito. Escrevo e abandono.<br />
Devem ser tentativas de abandonar pedaços de mim.<br />
Na internet não é possível abandonar a si mesmo. Uma vez escrito, para sempre escrito.<br />
É engraçado isso, porque sempre pensei que eu escrevia para não perder pedaços de mim. Pois hoje acredito que eu escrevo pra perder pedaços de mim e publico por amor aos pedaços de mim.<br />
Só sei que é bom quando me leem. É muito bom ter sinais de que não enlouqueço sozinha com as palavras. Mas mesmo quando me dizem que se identificam com meus escritos, secretamente, eu não acredito. Acho que é sempre outra coisa que leram. E é. Assim como quando eu leio e me identifico com outros escritos é sempre outra coisa que eu leio.<br />
Queria um pedaço de comunicação plena. Algo que não precisasse de palavras. Queria uma telepatia.<br />
Com quem? Comigo mesma.Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-50934398167468849162014-05-26T00:44:00.000-03:002014-05-26T00:46:32.828-03:00Poeminha reba<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
O leite derramou</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Porque ela estava lendo poesia</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
O arroz queimou</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Porque ela estava lendo poesia</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
A relação esfriou</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Porque ela estava lendo poesia</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
O mundo acabou </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
E porque ela estava lendo poesia</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Esqueceu de ler o resto do mundo</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-71411369338983491122014-03-21T00:02:00.000-03:002014-03-21T00:02:04.091-03:00Quando eu não me sou é que eu mais me souNão importa pra onde eu vá, com quem eu divida a existência, o que eu viva...de um modo ou de outro<br />
eu sempre retorno à minha solidão<br />
à minha triste solidão<br />
à solidão que é minha<br />
nada me faz sentir que eu sou tão eu quanto a minha própria solidão.<br />
<br />
Nada me faz sentir tão próxima de mim quanto estar comigo mesma<br />
há um hiato entre quem sou e quem penso ser<br />
eu moro nesse hiato<br />
É aí que tenho notícias de mim<br />
<br />
Posso ir pra Miami, Cancun, Paris, Antártida<br />
posso nunca usar droga alguma<br />
posso beirar a overdose de tanta droga<br />
<br />
e sempre que pergunto a mim quem eu sou<br />
encontro comigo mesma<br />
e isso nunca é apaziguante<br />
<br />
Eu sou o que sobrou de mim<br />
isso não é legal<br />
mas eu não queria que fosse de outro jeito.Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-305493318319447122014-03-09T23:25:00.001-03:002014-03-09T23:29:36.462-03:00Do que muda sem se calar<div style="text-align: justify;">
Até ontem eu não era eu e não me lembro bem quem eu era. Queria sentir saudades de mim pra poder resgatar um pedaço de quem fui. Mas sou cada vez mais presente. O passado me marca no real do corpo e é por isso que sei que vivi. Os desenhos que o tempo faz no meu rosto, com cada vez mais ânimo, é que dizem da minha idade. Eu seria capaz de dizer que nasci há 5 minutos. Sou cada vez menos feita de passados. Logo eu, que tenho uma memória tão boa. A vida marca cada vez mais o meu corpo e cada vez menos a minha alma. Há um descolamento entre corpo e alma que dói menos a cada dia. Eu gosto da dor, gosto de dores que não doem. Gosto de tudo aquilo que me lembra que estou viva. Cada vez preciso menos escrever, isso me assusta. Não sou quem pensei que eu fosse um dia. Não sou mais quem eu pensei que sempre seria. Não há em mim nenhum traço que permanece, a não ser os que o tempo desenha no meu corpo. O que há de mais antigo em mim é uma celulite no glúteo direito. O resto é tudo novo, e o novo me acende a vontade de renovar ainda mais, e a vontade exacerbada de me ultrapassar a todo o momento me deixa assustada, e o susto já não vem mais com o medo, agora o susto aparece inundado de desejo de querer mais, e eu tento parecer com quem eu era, por costume, ou pra não assustar as pessoas, ou por realmente não saber o que fazer com quem sou hoje. Não adianta eu aprender a lidar comigo hoje, amanhã serei outra, e depois outra, e depois outra, e talvez em algum momento algo meu se fixe a mim.</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-85613163923448645912014-01-01T23:37:00.002-02:002014-01-01T23:37:33.114-02:00Empty<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não consigo mais escrever. Fazem algumas semanas que estou vazia de palavras. Sinto, sinto, sinto, mas o que eu sinto não vira palavra. Aquilo que eu sinto vira pensamento e some no exato instante em que penso em transcrever pro papel ou pro computador ou pro bloco de notas do celular. As coisas que sinto têm virado palavras apenas na condição de que eu não as escreva. E se sorrateiramente eu me encaminho pra descumprir o trato, tudo foge: a palavra, o pensamento, o sentimento. Tenho tido insights de madrugada, dos quais não me lembro quando abro os olhos, descobrindo que dormi. Minha cabeça tem revirado histórias que já aconteceram há anos, e fica inventando diferentes finais para aquilo que não posso mudar. Minha história me fez ser quem eu sou ao ponto de eu sequer conseguir desejar que as coisas ruins não tivessem me acontecido, porque então eu seria outra pessoa. Tenho me assustado com os meus pensamentos. Acho que é por isso que eles se recusam a serem escritos. Penso coisas absurdas e fico em dúvida se são pensamentos ingênuos ou se são desejos meus, desejos horríveis. Tenho me assustado comigo e isso me deixa medrosa. Não quero que os deuses escutem meus pensamentos, talvez por isso eu já não os possa escrever, talvez por isso eu sequer possa memorizá-los.</span></div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-4703601595926153702013-12-06T00:11:00.001-02:002013-12-06T00:11:18.742-02:00poeminha besta que nem é poemameu amor, como eu odeio te amar<br />
amor meu, como eu amaria te odiar<br />
meu amor, como eu queria que você explodisse<br />
amor meu, como eu explodo de tanto querer<br />
meu amor, eu enjoei da vida<br />
amor meu, eu vivo enjoada<br />
meu amor, você também enjoou de mim?<br />
amor meu, você me ama sem fim?<br />
meu amor, eu finjo que acredito que você me ama<br />
amor meu, no fundo eu sei que você só suporta meu drama<br />
nem eu e nem você acreditamos no amor<br />
nem você e nem eu amamos pra acreditar<br />
meu amor, eu nem sei se você é meu amor<br />
amor meu, se é amor certamente não é meu<br />
meu amor, eu estou ficando maluca<br />
amor meu, eu sei que você sempre soube que não bato bem da cuca<br />
<br />Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-80197992919835655382013-11-17T01:20:00.003-02:002013-11-17T01:20:52.745-02:00eu que não fumo<br />
<br />
eu que não fumo perdi um cigarro<br />
<br />
porque só perco o que não tenho<br />
<br />
a vida é essa eterna sensação de ter perdido aquilo que eu nunca tive<br />
<br />
eu nunca te tive<br />
<br />
e por isso vivo te perdendo<br />
<br />
ah, que saudades de quando você era uma parte minha<br />
<br />
ah, que saudades de quando eu acreditava que você tinha sido uma parte minha<br />
<br />
ah, que saudades de ter saudades<br />
<br />
as minhas fantasias já não me cabem mais<br />
<br />
fui eu que engordei / ou as fantasias que encolheram?<br />
<br />
<br />Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-22311231145758168272013-09-08T23:27:00.003-03:002013-09-09T23:04:23.920-03:00Eca.<div style="text-align: justify;">
Eu, que sempre fui começo, hoje só sei ser fim. Os finais não param de me acontecer.<br />
O mundo tem tons de morte e a minha existência está cinza.<br />
O que me assusta é que essa morte anunciada diz de mim muito mais do que todas as vidas que já vivi.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu, que sempre pensei que fosse feita de começos, descobri que é de finais que me construo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu, que sempre pensei ser amor, hoje me sei puro desamor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Forjo acreditar num mundo cor-de-rosa porque a minha vida incolor só é visível pra mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
Sei que esse drama é nauseante, mas saibam que o é pra mim também.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pior do que ler dramas alheios é viver dramas alheios na própria pele. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os meus exageros me dão náuseas. Que vocês me leiam me dá náuseas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu vomitaria essas palavras, se eu pudesse. A verdade é que só não faço isso porque tenho nojo. Escrever me parece mais higiênico do que vomitar. (Embora não seja - vomitar é muito mais digno). </div>
<div style="text-align: justify;">
Escrever é passar lustra-móveis no próprio vômito. </div>
<div style="text-align: justify;">
Escrever é forjar uma elegância com o que há de mais podre em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sou boa em forjar, não para os outros, para mim. Ninguém me engana tão bem quanto eu mesma.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sou ótima bebedora de vinho como pessoa que escreve.</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-12829769208352525722013-08-09T23:52:00.001-03:002013-08-09T23:57:33.896-03:00Das coisas que não sei dizerSaia daqui!<br />
<div>
(E então você sai de dentro de mim.)<br />
<br /></div>
<div>
Sério, eu preciso me ser. Me deixa ser só eu mesma.<br />
<br /></div>
<div>
Sério, não acredite naquilo que lhe peço.<br />
<br /></div>
<div>
Chega, já sei que voce me acha louca. Não pretendo que me ache sã. Só quero que me suporte.<br />
<br /></div>
<div>
Sei que você me ama. Bom, eu sei que me amou. Não sei se você ainda suporta me amar. Você que se vire e dê um jeito de me suportar.<br />
<br /></div>
<div>
Quero que vc me ame e quero que faça com que eu te ame sem que eu deixe de ser eu mesma.<br />
<br /></div>
<div>
Quero ser eu mesma te amando e quero ser eu mesma mesmo sem te amar.<br />
<br /></div>
<div>
Te peço apenas o impossível.<br />
<br /></div>
<div>
Porque o "eu mesma" não existe, construo-o a cada respiração.<br />
<br /></div>
<div>
Porque o "vc" não existe em lugar algum além dos meus poros.<br />
<br /></div>
<div>
Deus, faz com que a minha fantasia vire realidade. (Mas não toda ela)<br />
<br /></div>
<div>
Deus, faz com que <i>ele </i>decifre os meus pensamentos. (Mas não todos)<br />
<br /></div>
<div>
Deus, faz com que o meu corpo tome forma. (Mas uma pequena forma)<br />
<br /></div>
<div>
Quero alguém que me livre das minhas exigências. (Mas não só porque eu tô pedindo)</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-44495181426760809592013-07-11T00:04:00.002-03:002013-07-11T00:08:22.247-03:00Blá blá blá nada a dizerSou eu mesma desde que me conheço por gente e ainda não me acostumei comigo.<br />
Mas sei que sem mim as coisas me seriam muito mais difíceis.<br />
É estranho ser uma multidão em apenas um corpo.<br />
É claustrofóbico não poder sair do meu corpo com o tanto de gente que tem aqui.<br />
Preciso me focar nas minhas janelas, que são os buracos do meu corpo.<br />
Me apoio no olhar e de repente já não sei mais o que vi.<br />
Me concentro na minha audição, no meu paladar, nos meus <i>sentidos - </i>que de particípio só têm a conjugação...!<br />
Sou puro gerúndio.<br />
O presente do indicativo é carinho na minh´alma.<br />
O imperativo me excita.<br />
O pretérito só sabe lembrar das minhas imperfeições.<br />
O futuro tem a audácia de me voltar ao pretérito.<br />
Malditos tempos.<br />
Desde que conheço o relógio só sei odiá-lo sem poder deixá-lo.<br />
Desde que conheço o espelho só sei amá-lo sem querer a minha imagem.<br />
Queria um pedaço de espelho que fosse comestível.<br />
Queria comer-me.<br />
Narcisismo.<br />
Autofagia.<br />
Sumi.<br />
<br />
(UFA)Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-33513059068084304632013-05-28T23:27:00.001-03:002013-05-28T23:28:45.588-03:00Cacos de chocolate com batatasPalavras são cacos de vidro. Não posso engolir. Posso, mas me machuco. Posso me machucar, mas não quero.<br />
Palavras são cacos de vidro. Não quero engolir. Prefiro cuspi-las em você.<br />
<br />
<br />
Palavras são de chocolate Não posso engolir. Posso, mas acabariam muito rápido. Por que acabar logo, se posso derretê-las na boca.<br />
Palavras são tabletes de chocolate. Não quero engolir. Prefiro que se aqueçam até derreter em minha boca.<br />
<br />
Portanto, se quiseres dizer-me palavras-cacos-de-vidro, prepare-se para ter a sua alma arranhada por elas.<br />
<br />
Portanto, se quiseres dizer-me palavras-tabletes-de-chocolate, dá-me direto na boca.<br />
<br />
Cheguei a um ponto da vida em que prefiro beijos a palavras. DR's não nos levam a lugar nenhum, exceto onde já estivemos.<br />
<br />
(Cheguei a um ponto da vida onde não me importo em postar textos ruins.)<br />
<br />
Me deixa existir na minha dor,<br />
minha incompletude sangra.<br />
Eu adoro sangue, desde a cor até o gosto.<br />
É agridoce.<br />
Gosto de sangue desde criança.<br />
Qual criança não gosta?<br />
Crianças-vampiros.<br />
Adultos-vampiros.<br />
Vampiros-vampiros.<br />
Tu piras. Eu piro.<br />
Purê de batatas.<br />
Pirei.<br />
<br />
<br />Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-4114392750553252372013-05-20T14:21:00.002-03:002013-05-20T14:21:37.458-03:00Hello, stranger!<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Me sinto estranha quando me estranho. Me sinto normal quando
me sinto estranha. Isso é estranho. Mas já me acostumei a ser estranha, o que
faz com que me sentir assim seja normal. Às vezes me lembro que me sinto
estranha, então me amo, porque eu não gosto de ser gente normal, podre como a
maioria. Gosto de ser podre do meu jeito. Mas isso é mentira, porque eu nem me
sinto podre. Me sinto é bem limpinha por dentro. Acho que me acostumei a olhar
pras minhas obscuridades, e elas já não me assustam mais. Minhas belezas não
são mais belas, minhas podridões não são mais podres. Nada do que eu era
continuo sendo, mas mesmo assim não deixei de me ser. Me gosto mais agora do
que me gostava há 5 minutos. Ando numa paz escandalosa, isso tem começado a me
assustar. É como se a vida estivesse prestes a puxar o meu tapete, e eu
estivesse dançando em cima dele me esforçando pra fingir que não percebo. Não
quero pisar no chão, o tapete é voador. Não quero mais falar disso. Senão a
vida percebe que eu to percebendo ela me olhar, e puxa o tapete só de
sacanagem.</div>
</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-84829053632771661612013-04-14T22:06:00.002-03:002013-04-14T22:06:19.675-03:00Das coisas que só sei que existem porque são doídas.Meu corpo é tecido de dias e bordado de noites.<br />
Meus quereres são invernos disfarçados de verão.<br />
Meus ouvidos pedem silêncio, meus olhos flertam com o escuro.<br />
E fico achando que sou moça alegre.<br />
<br />
O riso é meu disfarce.<br />
A tranquilidade é minha roupa.<br />
A resignação é meu acessório.<br />
A paz é minha maquiagem.<br />
<br />
Mas não me tire o riso,<br />
não me tire o amor,<br />
não me tire a maquiagem e nem a fome.<br />
De vez em quando apenas me chame pelo nome.<br />
<br />
Não posso esquecer de lembrar que não sei quem sou.Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-26609394387515223312013-03-31T23:55:00.001-03:002013-04-01T00:04:26.717-03:00Vem aqui e me deixaTudo é sempre pouco pra mim.<br />
<br />
E não é porque "sou intensa", "sou bipolar" ou sou qualquer coisa assim.<br />
<br />
É porque sou geminiana. (MENTIRA!)<br />
<br />
(Sim, eu sou gemininiana, mas isso nada tem a ver, eu acho).<br />
<br />
É que eu vivo me enganando.<br />
<br />
Minto pra mim mesma que o que eu quero pode ser nomeado.<br />
<br />
Finjo que acredito que é possível me satisfazer.<br />
<br />
Acredito nas minhas mentiras.<br />
<br />
Me satisfaço.<br />
<br />
Me sinto completa.<br />
<br />
Me canso de mentir pra mim.<br />
<br />
Me canso de me ser.<br />
<br />
Tento des-ser.<br />
<br />
Não posso.<br />
<br />
Só sei me ser.<br />
<br />
Estou presa a mim.<br />
<br />
Socorro, alguém me salve de mim!<br />
<br />
Não, você não. Hum, você também não. Moço, sai daqui! Menina, você é estranha, se afaste.<br />
<br />
Não permito que as pessoas se aproximem.<br />
<br />
É sempre preciso manter uma certa distâncias das pessoas.<br />
<br />
Vai que alguém consegue me salvar de mim mesma, mesmo?<br />
<br />
Não posso correr o risco. Me deixem!Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-50009598357891652902013-02-15T01:18:00.002-02:002013-02-15T01:18:58.250-02:00Hoje me sinto como uma lasanha.Tenho teorizado muito e sentido pouco.<div>
Sinto medo de sentir, então tento não sentir. </div>
<div>
E não sentindo que sinto, não sinto medo.</div>
<div>
Não sinto, logo minto.</div>
<div>
Mas minto tão mal e porcamente que nem eu mesma acredito nas historinhas que teço pra poder achar que vivo bem.</div>
<div>
Sou péssima ar-tesã. (Significa!)</div>
<div>
Não sei fazer nada que exija delicadeza em demasia. E não é porque me falte coordenação motora, mas porque me falta paciência. Sou impaciente com delicadezas, e paradoxalmente me acho extremamente delicada. Agora fiquei em dúvida se sou eu ou se são os outros que me acham delicada. </div>
<div>
Vivo me confundindo com o que as pessoas dizem que eu sou. Às vezes me descubro no olhar do outro, às vezes inauguro um novo pedaço de mim com uma palavra alheia. E essa mania de me confundir com o que dizem que eu sou, é que me faz ser eu. </div>
<div>
Sinto que eu não seria eu mesma, se fosse só eu, então sou muitas. Tento ser não tantas, pra não parecer muito louca ou incoerente, mas quanto mais fujo de mim mais me encontro comigo. É como se eu estivesse num labirinto de paredes de mim mesma. Todos os caminhos me levam a mim. </div>
<div>
Eu sou tipo lasanha, que eu amo, mas que cansa só ter isso todos os dias.</div>
<div>
É por isso que preciso de vc, pra descansar de mim. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
(É isso ou só me resta fugir do meu corpo).</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-63188000126132614522013-01-24T00:46:00.001-02:002013-01-25T23:40:49.093-02:00Foda-se<div style="text-align: justify;">
Não sei o que fazer, por isso amo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Amo,e por isso não sei o que fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei lá qual das duas afirmativas é mais verdadeira, mas sei que nenhuma delas é falsa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei que viver é um treco estranho. Acho que estar morta me é mais familiar do que estar viva, ainda que eu não me lembre de ter estado morta alguma vez. (Não que eu não tenha estado, já estive morta inclusive em vida, mas eu faço um papel de morta tão bom que não me lembro depois como é.) Me sinto esquisita quando me percebo viva. Minha corrente sanguínea me faz sentir cócegas, minha pele me faz sentir claustrofóbica, minhas curvas me fazem sentir feminina. Sim, é estranho viver num corpo feminino. Ter um corpo já é estranho, ter um corpo com curvas, buracos (celulite, gente) e sangue é ainda mais estranho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amar também não pode ser natural. Não é possível que sentir essa urgência de fazer <u>um </u>com você, seja o que se espera de um ser humano. Não é possível que toda a humanidade sinta esse desespero que começa a latejar no peito e se alastra pelo corpo todo, na sua forma mais silenciosa. Porque quando as coisas gritam eu fico bem. Olha só, não sou eu, é fulano que está fazendo escândalo, tá vendo? E todos estão mesmo vendo. Mas as minhas crises existenciais fizeram curso de etiqueta. São silenciosas e só andam de salto alto. Saia na altura dos joelhos. Sorriso sem mostrar os dentes. Minhas crises existenciais são muito ladies.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chega. Não sei mais o que dizer de mim. Cada dia que passa, um pedaço meu menor cabe na minha língua. Já não suporto a insuficiência da linguagem, já não suporto a falência do amor, já não suporto que eu não seja o suficiente pra mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foda-se.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A coisa mais linda que aprendi nesse mundo.</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-32753065324571391902013-01-11T01:30:00.000-02:002013-01-11T01:30:57.718-02:00Movimento,Estou linda, tranquila, feliz.<br />
Tenho vontade de berrar, correr, me desintegrar.<br />
Desejo que você recolha meus cacos, me monte de novo, ainda mais linda do que eu me sentia antes.<br />
<br />
<br />
Estou linda, tranquila, feliz.<br />
Tenho vontade de berrar, correr, me desintegrar.<br />
Desejo que você recolha meus cacos, me monte de novo, ainda mais linda do que eu me sentia antes.<br />
<br />
<br />
Estou linda, tranquila, feliz.<br />
Tenho vontade de berrar, correr, me desintegrar.<br />
Desejo que você recolha meus cacos, me monte de novo, ainda mais linda do que eu me sentia antes.<br />
<br />
<br />
Estou linda, tranquila, feliz.<br />
Tenho vontade de berrar, correr, me desintegrar.<br />
Desejo que você recolha meus cacos, me monte de novo, ainda mais linda do que eu me sentia antes.<br />
<br />
Again.<br />
De novo.<br />
E novamente.<br />
<br />
Parece um surto.<br />
Parece uma esquizofrenia.<br />
<br />
Mas é apenas o meu movimento feminino interior.<br />
(Amar as curvas que você pode ver no meu corpo é fácil, difícil é amar as curvas da minha alma)<br />
<br />
E tudo isso acontece infinitas vezes antes que eu lhe dirija uma palavra.<br />
<br />
<br />Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-16378487468959322032013-01-08T01:14:00.000-02:002013-01-08T01:18:08.597-02:00Blá-blá-blá...blé<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;">E por um instante a coisa tá tão bonita que tenho medo de escrever e estragar tudo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;">Vivo dizendo aqui que escrever tem consequências graves. Se invento algo, aquilo passa a fazer parte de mim, embora tenha sido de mim que saiu. Porque escrever é um pouco como dar vida às minhas partes mortas. E a coisa tá tão gostosinha aqui dentro de mim, que sei que faço uma loucura ao escrever agora. Talvez eu esteja mentindo, parcialmente, talvez se a coisa estivesse mesmo tão gostosinha dentro de mim, eu não me atrevesse a escrever. Que se dane, aqui estão as minhas letras. De mim para mim, com vocês como testemunhas. Não posso continuar, ou acabarei com a magia que aqui está morando. Acovardei-me. As minhas neuroses sempre vencem a minha escrita. As minhas neuroses são a coluna vertebral até mesmo do meu amor. Sim, o amor é podre, por isso tento floreá-lo tanto. Se soubéssemos o quanto o amor nos humaniza (e ser humano é asqueroso) não acharíamos que o amor é lindo e por isso salva ou coisa assim. O amor só nos fode. E enquanto fode, salva. É como morder e assoprar ao mesmo tempo. Vivo um estado de plenitude. Tá uma delícia me ser. E porque a coisa está tão gostosinha assim, estou esperando o próximo golpe da vida. O perigo de estar muito feliz é saber que a infelicidade está nos vigiando. Não é possível ser muito mais feliz do que já estou. Já sinto a vida puxando o meu tapete, e começo a sapatear sobre ele, aparentemente sem motivo e sem saber sapatear. Tudo está tão bonito que estou certa de que se eu me mexer vou estragar tudo. Estou tentando me manter paralisada para que esse instante não acabe. Mal respiro, a fim de impedir o tempo de passar pelo meu corpo. É por isso que escrevo sem dizer. Na tentativa de andar sem sair do lugar. É como andar na esteira. Me movimento, me movimento, mas é de mentirinha, só que é de verdade ao mesmo tempo. Me fodi porque escrevi, porque quando escrevo, me movimento, e quando me movimento, estrago. Penso agora em deletar o texto, mas ele já está escrito em mim. E não só a palavra dita, mas a palavra digitada também não permite que voltemos atrás. O pensamento pensado também não. Não consigo parar de escrever. Tenho medo de que o mundo pare se eu parar de escrever. Sim, às vezes me sinto responsável pelo mundo. É um pouco como eram as minhas rezas quando criança. É um pouco como são ainda as minhas (raríssimas) rezas. Deus, por favor,quero isso, ajude aquilo, mas que seja feita a vossa vontade. Mundo, seja do meu jeito, mas que o que tiver que acontecer aconteça. Fulano, me ame do jeito que quero ser amada, mas que não seja só porque eu quero. Ah, enjoei de mim, quanta futilidade.</span></div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-25674410559656919822012-12-29T16:53:00.002-02:002012-12-29T16:53:48.435-02:00É grave, doutor?<br />
<div class="js-tweet-text" style="word-wrap: break-word;">
Há quem sofra muito, e por isso escreve. </div>
<div class="js-tweet-text" style="word-wrap: break-word;">
Eu escrevo, por isso sofro.</div>
<div class="js-tweet-text" style="word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div class="js-tweet-text" style="word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div class="stream-item-footer" style="font-size: 12px; padding-top: 1px;">
Escrever é sempre grave.<div class="context" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 18px;">
</div>
<a class="details with-icn js-details" href="https://twitter.com/nao_toda/status/285090135798870016" style="background-color: white; color: #999999; display: inline-block; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 18px; margin-right: 2px; text-decoration: initial;"></a></div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-83747990310036671302012-12-26T11:55:00.002-02:002012-12-26T11:58:49.941-02:00Quero me vomitarMinhas ausências estão transbordando.<br />
É estranho estar cheia de vazios.<br />
Tenho tido náuseas e ânsias de vômito.<br />
Queria poder vomitar todo o amor que sinto.<br />
Enjoei de mim, estou cheia de amar, não quero mais vazios que se enchem.<br />
Quero um pedaço de puro vazio.<br />
Sinto como se todo o interior do meu corpo, que sempre senti oco, estivesse cheio de amor.<br />
Digo "é o calor", como se eu acreditasse que a temperatura do mundo e a temperatura do meu corpo fossem mesmo coisas diferentes.<br />
Cansei de me misturar ao mundo.<br />
Cansei de me misturar às coisas e às pessoas.<br />
Cansei de ser madeira, plástico e comida.<br />
Cansei de ser letra, prosa e poesia.<br />
Eu só queria descansar da minha existência.<br />
Deixa eu te ser só por amanhã.<br />
(Hoje não, preciso me despedir de mim.)<br />
Me empresta a sua carne, divida a sua pele comigo.<br />
Permita que eu enxergue com os seus olhos, que eu sorria com os seus lábios.<br />
Preciso do seu cérebro para organizar as coisas que sinto.<br />
Cansei de sentir.<br />
Sinto muito.<br />
Preciso sentir menos. Preciso sentir mais. Preciso sair daqui, estou claustrofóbica dentro do meu corpo.<br />
Preciso de ar.<br />
Preciso de desamor.<br />
Preciso não precisar.<br />
<br />
(Então alguém liga o ar condicionado e eu deixo isso tudo pra lá)<br />
<br />
Quero uma frente fria na minha alma.Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-73662406303955956532012-12-12T00:08:00.002-02:002012-12-12T00:16:51.800-02:00CócegasSinto apenas cócegas por você.<br />
E aí digo que é amor.<br />
Cócegas são pequenas angústias. Ou grandes angústias, dependendo da intensidade.<br />
Cócegas são a denúncia de que não controlo o meu corpo, de que não controlo os seus movimentos, de que não controlo as minhas sensações.<br />
O amor são apenas cócegas na alma.<br />
Por mais que eu saiba que você vai me tocar com uma intensidade que oscila entre leve e agressiva, acima do meu ossinho da bacia, morro de agoniazinhas. Grito como se não acreditasse que sou dona de mim. Faço escândalo como se eu não fosse preocupada com a imagem que passo para as pessoas ao meu redor. Te arranho como se eu não me importasse com o susto que te causo.<br />
E acho que a minha parte que mais de aproxima de mim, é assim mesmo. Machuca, desdenha, escandaliza. A minha parte que mais se aproxima de mim, me assusta.<br />
E aí eu me visto, tal como uma cebola. (Porém mais lady).<br />
Me visto de palavras, sapatos, roupas minimamente da moda e de ideias politicamente corretas sobre a minha pessoa.<br />
E então acho que sou uma pessoa relativamente normal, relativamente equilibrada, relativamente educada, relativamente bem-adaptada, relativa-mente. Ah, como sou mentirosa!<br />
No fundo sei que sou um poço de loucura, lutando avidamente para me disfarçar sem morrer. Porque se deixo de ser louca, deixo de me ser, e então morro. E se enlouqueço sem amarras, morro ainda assim.<br />
A loucura mata, mas a normalidade mata ainda mais.<br />
Prefiro morrer de morte vivida do que de morte morrida.<br />
Prefiro morrer de cócegas a morrer de angústia.<br />
Ao menos nas cócegas, há alguém me tocando. (A angústia é a pura solidão) Vocês sabem, é impossível que façamos cócegas em nós mesmos. As cócegas são a encarnação da falência dos livros de autoajuda. Tem coisas que simplesmente não se pode fazer sozinho. É impossível ser feliz sozinho. E se você for uma mulher, é ainda mais impossível.<br />
Eu te cócegas, bebê.<br />
<br />
(Porque eu te amo já está muito batido)<br />
(Porque amor significa coisas demais para representar o que eu sinto por você)<br />
<br />
<br />
<br />
------------------<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Texto inspirado pela @<a href="https://twitter.com/tatikielber">tatikielber</a>, que me pediu para escrever sobre "lacuna emocional" e eu escrevi sobre cócegas. Mas juro que foi pensando em "lacuna emocional". É, gente, normalidade não é o meu forte.</span>Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-72706886750478425472012-12-04T00:10:00.001-02:002012-12-04T00:10:06.923-02:00parece tpm, mas não te interessa o que émeu corpo queima e não há o que fazer.<div>
queria sair correndo, queria chorar, queria um chocolate pra alma, queria não querer coisa alguma.</div>
<div>
respira e vai, menina, logo passa. eu digo pra mim mesma. mas queria que fosse uma voz que viesse de fora. queria um beijo que viesse de dentro. queria uma palavra que me calasse a boca do estômago.</div>
<div>
sexto sentido, alguma coisa vai acontecer. seria, se alguma vez eu tivesse notícias disso. sou uma topeira, não vejo nem a cor da parede, vou notar algum saber em mim? sim, eu noto.</div>
<div>
sei mais de dentro de mim do que do sofá da minha casa.</div>
<div>
tenho alma colorida e tagarela, irritante como a poliana.</div>
<div>
já a minha razão, tem 50 tons de cinza, isso mesmo, uma porcaria.</div>
<div>
parece crise existencial, mas é apenas tpm.</div>
<div>
parece tpm, mas sou apenas eu em mim.</div>
<div>
me sou insuportável.</div>
<div>
aí eu tinha conseguido esconder de mim a minha irritação comigo ao longo do dia e acabei de encontrá-la novamente.</div>
<div>
é que no fundo eu amo as minhas mini-crises existenciais.</div>
<div>
é que no fundo eu nunca saio delas.</div>
<div>
é que no fundo sei que existo por causa delas.</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-88565928722443133412012-11-29T00:50:00.002-02:002012-12-01T14:33:52.499-02:00Caí <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-AarcAdvx2wA/ULbNZl2tt0I/AAAAAAAAASg/l03zl1AadOc/s1600/Fall_by_janskop.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-AarcAdvx2wA/ULbNZl2tt0I/AAAAAAAAASg/l03zl1AadOc/s320/Fall_by_janskop.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou tão você que me confundo comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Meu corpo não tem fronteiras e só quer sentir com o seu corpo.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O toque se faz insuficiente, quero me fundir a você, quero que meu corpo coincida com o seu para que eu possa, enfim, descansar a minha existência.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Silêncio... , está ouvindo? É a minha intuição me dando bronca.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha intuição manda que eu me cale. Ela disse que já estamos fundidos. Você não. Eu estou fodida.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi naquele dia, há anos atrás, eu sei exatamente quando. Eu estava ali parada, e ao lembrar do seu olhar senti um frio na barriga. Não foi um frio na barriga dessas borboletas que o povo diz que sente no estômago. Foi um frio na barriga do tipo que a gente sente quando pula de paraquedas (é claro que eu nunca pulei de paraquedas, mas deve ser assim). Foi um frio na barriga de montanha-russa. Um frio na barriga que é físico, e não imaginado.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, foi naquele dia, eu lembrei do seu olhar me olhando, do seu olhar me agredindo, do seu olhar me convidando sem você saber, e eu caí pra dentro de você! O frio na barriga foi o que eu senti quando minha alma foi sugada pra dentro do seu corpo pelo seu olhar.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aí tem só um pouquinho de alma minha no meu corpo, e aí tem um pedaço guloso de alma minha dentro do seu corpo.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você nunca percebeu? Ah, vá, você só pode estar tirando com a minha cara, né! Presta atenção no sangue que corre pelo seu peito, que desce para a sua barriga, sinta o seu sangue borbulhando...Você não borbulhava antes de mim, só corria.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei que você não acredita em mim. Que é racional demais para acreditar que parte minha vive embaixo da sua pele. Mas sei que você também tem medo. Sei que no fundo, você treme de medo que eu sugue a sua alma. Pois saiba que faço um imenso esforço para te preservar. É te preservando que me protejo de mim.</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4115367906609136788.post-28147771992737244022012-11-11T22:15:00.001-02:002012-11-11T22:36:41.361-02:00Das sabedorias femininas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-hXFBdS4In-c/UKA_ldyFg1I/AAAAAAAAASQ/OkblulYcD2U/s1600/_Woman_at_work__by_Nonnetta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-hXFBdS4In-c/UKA_ldyFg1I/AAAAAAAAASQ/OkblulYcD2U/s320/_Woman_at_work__by_Nonnetta.jpg" width="314" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://twitter.com/thaiskod">Thais</a>, 24 anos "... aí eu ganhei um roller do papai noel" </div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Gabi, 10 anos "...manhêêê, ela ainda acredita em papai noel?"</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A gente sempre acredita. Em tudo. De Papai Noel à palavra de homem, passando pela fada dos dentes e pelo amor. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A Gabi também disse que sabe como chorar mesmo sem estar tão triste, pra conseguir o que quer. A Thais recomendou à Gabi que aproveite esse tempo da vida, porque depois dos 20 os homens nos deixam chorando sozinha.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Vocês que me acompanham aqui, bem sabem que não preciso de muito pra ter uma crise existencial, né. Pois hoje fiquei impressionada com a sabedoria da Gabi, uma menina de 10 anos. Olhei pra ela e pensei que na idade dela, eu também sabia as coisas que ela sabe (ainda que ela tenha anos-luz mais desenvoltura do que eu tinha na época), mas aos plenos 27 anos de idade não aprendi muito mais coisas. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
E quando a Thais disse que depois dos 20 não adianta chorar, pensei que isso é bem verdade, mas então por que ainda faço isso? </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Essa história de que as mulheres choram porque querem conseguir as coisas, acho que funcionam, sim na infância, a Gabi bem sabe disso. Só que depois a gente continua fazendo isso sem perceber que parou de funcionar. Porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto, já percebi que choro muito mais gostoso quando tem alguém comigo, do que sozinha, no banheiro. E rio também. Não consigo gargalhar sozinha. E não é apenas porque me sinto ridícula, mas é que eu não tenho vontade mesmo.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Há algum tempo comecei a reparar nisso, os homens se matam de rir SOZINHOS com aqueles vídeos ridículos do <a href="http://www.youtube.com/watch?v=J5pJ4NE1oA8">partoba</a>. Eu posso ver a coisa mais engraçada do mundo que solto um discreto "rs" se tiver sozinha, mas se estou com alguém, rio até a barriga doer.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Essa reflexão pode parecer inútil, e é mesmo, mas eu só queria dizer que tenho pensado que nós, mulheres, somos muito mais dependentes de alguém, do que supomos.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
E cada vez me parece mais ridículo, idiota e sem-sentido as filosofias de autoajuda que propõem "seja feliz sozinha" pra depois ser feliz com alguém.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Olha, impossível.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Então eu apenas espero poder continuar acreditando. Seja lá no que for.<br />
<br />
<br />
<br />
* No fundo toda mulher é uma menina de 10 anos, que nem acredita mais no amor, mas que acredita que alguém ainda a fará acreditar nele. E então ama.</div>
</div>
Aliciahttp://www.blogger.com/profile/11538505976272819858noreply@blogger.com11