queria sair correndo, queria chorar, queria um chocolate pra alma, queria não querer coisa alguma.
respira e vai, menina, logo passa. eu digo pra mim mesma. mas queria que fosse uma voz que viesse de fora. queria um beijo que viesse de dentro. queria uma palavra que me calasse a boca do estômago.
sexto sentido, alguma coisa vai acontecer. seria, se alguma vez eu tivesse notícias disso. sou uma topeira, não vejo nem a cor da parede, vou notar algum saber em mim? sim, eu noto.
sei mais de dentro de mim do que do sofá da minha casa.
tenho alma colorida e tagarela, irritante como a poliana.
já a minha razão, tem 50 tons de cinza, isso mesmo, uma porcaria.
parece crise existencial, mas é apenas tpm.
parece tpm, mas sou apenas eu em mim.
me sou insuportável.
aí eu tinha conseguido esconder de mim a minha irritação comigo ao longo do dia e acabei de encontrá-la novamente.
é que no fundo eu amo as minhas mini-crises existenciais.
é que no fundo eu nunca saio delas.
é que no fundo sei que existo por causa delas.
7 comentários:
Certa vez disse para uma pessoa, que certas vezes, se estou bem, sinto falta de estar em crise.
Não sentir nada incomodando é meio que perturbador. Por isso, te entendo.
Às vezes eu preciso duvidar da minha existência pra saber que existo. É que às-vezes-quase-sempre eu me pego pensando: será que isso não é um sonho? (E vezenquando eu estou, de fato, sonhando. Então acordo.)
Às vezes a única coisa que eu desejo é inexistir - e isso é algo que me orgulha e me alivia, porque me lembra que eu sou de verdade.
(Enquanto houver existência haverá crise ou enquanto houver crise haverá existência?)
Enfim.
Você me lembrou Clarice que em A descoberta do mundo diz: "ah, então é verdade que eu não me imaginei, eu existo."
Você me lembrou Clarice porque a sua escrita tem a mesma força que a dela, em mim.
Um beijo e muito carinho.
Parece a minha TPM. Parece minhas crises existenciais. Sempre tem um dia em que acordamos com aquela antiga irritação de viver. Sempre tem um dia que a alma não se aquieta dentro de nós. Sempre tem um dia. O meu dia, dura vários dias. Minha TPM me expulsa de mim. Minhas crises existenciais aproximam-me do meu eu. É tão bom se encontrar em palavras alheias. Sinto como se a minha alma tivesse compartilhado contigo o que eu senti essa semana. Parecia TPM e era. Beijos Alicia Linda ;*
É que no fundo tu é a Alicia e é que no fundo que tu é demais. Beijo :3
Fascinante! Você escreve muito, muito mesmo!
Crises assim são boas, quando vistas de certo angulo, elas nos fazem refletir sobre o que somos, quem somos, o que queremos ser, ou só o que queremos.
No fundo somos, sem máscaras.
No fundo somos, sem máscaras.
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