- Você não sente que está perdendo algo, estando comigo?
- Sinto, sim. Estando com você estou perdendo todos os outros homens do mundo.
- E isso não te angustia?
- Perder é uma escolha.
Amar é escolher perder. Olha só que coisa besta eu recortando diálogos da vida real pra postar no meu blog. Mas veja, só, quando eu mais me convenço do meu discurso barato de que você não é mais romântico como no começo, de que você me espanca com a sua ausência de palavras, você de repente me faz as maiores declarações de amor com o seu olhar. A ponta dos seus dedos grita à minha pele o quanto eu sou amada. E tudo isso no grito de um silêncio. Amar você é a perda mais linda da minha vida. Eu não sei de onde surgiu essa história de que perder é mau, doído e ruim. O amor pode ser uma perda deliciosa. Mas sem historinha romantiquinha de que vale a pena perder uma coisa pra ganhar outra. Não! Pensemos no amor como pura perda. No amor como um buraco que a gente crava na nossa existência. E que depois disso nunca mais possa ser feliz sem amor. Vocês já viram, como ficam as pessoas quando perdem um amor? Querem outro pra se curarem. E aquele discurso de que "tenho que ficar bem sozinho antes de estar com alguém", geralmente é pura extração de livro de autoajuda, ou seja, de nada serve.
Se você já amou, se fodeu, meu bem. Nunca mais vai ser feliz sem amor. Ainda bem que a gente pode amar coisas e causas. Não fosse isso, bebê, eu te sufocaria. Ia te matar de tanto amor. Sorte a sua que eu escrevo, que eu trabalho, que eu amo várias coisas nessa vida. E olha, comecei esse texto pra falar daquele diálogo ali em cima e de como vejo o seu amor por mim, daí o leitor pode me achar louca (como sempre) porque a declaração de amor ali é minha. Mas é que com certas perguntas, você me ganha. Acho que no fim das contas perder e ganhar não são opostos, talvez sejam faces da mesma moeda.