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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Pedaços de mim

Tenho escrito muito, porém em caderninhos e em blocos de notas no celular.
Tá, eu não tenho escrito muito, mas tenho escrito um pouco e não postado.
Não sei por que, mas arrisco a dizer que aqui não posto o que é verdadeiramente meu, posto só o que é meu, mas não muito. O que é demasiadamente meu nem eu posso ver direito. Escrevo e abandono.
Devem ser tentativas de abandonar pedaços de mim.
Na internet não é possível abandonar a si mesmo. Uma vez escrito, para sempre escrito.
É engraçado isso, porque sempre pensei que eu escrevia para não perder pedaços de mim. Pois hoje acredito que eu escrevo pra perder pedaços de mim e publico por amor aos pedaços de mim.
Só sei que é bom quando me leem. É muito bom ter sinais de que não enlouqueço sozinha com as palavras. Mas mesmo quando me dizem que se identificam com meus escritos, secretamente, eu não acredito. Acho que é sempre outra coisa que leram. E é. Assim como quando eu leio e me identifico com outros escritos é sempre outra coisa que eu leio.
Queria um pedaço de comunicação plena. Algo que não precisasse de palavras. Queria uma telepatia.
Com quem? Comigo mesma.