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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

dividindo o meu corpo

Eu achei que o amor ia passar, que depois de um tempo seria insensível a você. E olha, vamos deixar a hipocrisia e o amor idealizado de lado, e admitir que muitas vezes, sou sim. Por vezes te olho e você não me diz nada, é só uma pessoa nesse mundo. Não te amo o tempo todo. De vez em quando, acontece ainda de eu te odiar....em silêncio, porque procuro te poupar da minha gangorra existencial. Aliás, muitas vezes eu te amo como nunca nenhuma mulher aguentou amar nesse mundo, e você nem tem notícias disso. Me arrebento de amor e de ódio por você, e você nem sabe. É que eu sei que se você me conhecesse mesmo, eu te seria insuportável. Forjo um certo equilíbrio nas minhas palavras, e eu sei que muitas vezes você acredita. Forjo tão bem, que por vezes eu mesma acredito. Teve um dia dessa semana que eu me peguei insone. Não podia dormir porque o toque da sua pele na minha, berrava nos meus ouvidos, de um jeito irritante. Não sou dona de mim, é verdade, mas quando você me toca, eu desisto de me ser. E depois de meia década juntos você ainda tira o meu sono. Você tem noção do quão ridículo é isso? Me sinto encabulada de escrever isso, mas o faço porque me reconheço no seu olhar que, ao me ler, balança a cabeça, me chama de louca e diz que não entende. (Embora eu nunca veja você me lendo) Que bom que você não me entende, eu não suportaria dividir a minha vida e o meu corpo com alguém que me entendesse. É, amar é dividir o corpo com alguém. Mas isso só vale se você for mulher. Porque o homem que ama aceita ter meio corpo a mais, mas não meio corpo a menos. Homens são donos de si, mulheres estão sempre em busca de alguém que as faça sentir que são donas de si. E por isso não são, pois precisam que alguém lhes diga isso. E que diga sem palavras. O amor de um homem diz sem palavras. Adoro escrever de um jeito ininteligível aqui, e saber que as pessoas que me leem irão me entender, ou ao menos pensar que me entenderam. Enfim, meu amor por ti já passou e todos os dias sou visitada por um novo amor. As variações do amor se mostram pra mim todos os dias, e parecem ser infinitas. Cada "te amo" fala de um amor que é único. Eu nunca repeti um "te amo". Sabe o "te amo" que eu te disse da última vez? Não existe mais.

8 comentários:

Danelize Gomes disse...

Como eu te entendo, como tudo o que tu escreveu aí se encaixou perfeitamente aqui.
Não consigo amar sempre, tem dias que odeio, tem dias que não suporto, tem dias que não durmo, mas sinto que se não tivesse seria bem pior. Viveria conscientemente em uma crise existencial eterna.
Tu me mata sempre nesses teus textos. Adoro.
Obrigada por escrever, Alicia. <3

Ayanne Sobral disse...

(aí, como é bom te ler!)

Lembrei agora de Chico:
"Recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez".

Esse pra sempre que acaba e recomeça o tempo todo. Sabe?
Essa sensação de infinitude que assusta e tranquiliza, complica mas acalenta.

Tudo isso que você falou e que eu guardo bem dentrinho de mim, na pasta "Falando com ela" que tenho no coração.
Obrigada por escrever assim, tão não-toda.

Sou fã. Mesmo.
:)

Loridane Melchior disse...

Estou aqui mastigando cada palavrinha (ou será que estou sendo mastigada por elas?)e pensando o quanto é bom ler você.

"Eu nunca repeti um "te amo". Sabe o "te amo" que eu te disse da última vez? Não existe mais." - Poxa, essa vou deixar anotadinha. Bem, isso.

O que me faz lembrar que para quase todo "Eu te amo" que eu disse ou quis dizer, já encontrei por aqui palavras dançando o ritmo, silenciosamente, em fúria, suspiro ou o conhecido bom humor. Que bom.

Nina disse...

Ainda vejo muita mágoa guardada. Mas não me canso de dizer o mesmo: o amor nos furta algo, talvez a nossa alegria mais preciosa e essencial. E, quando estamos dispostos a amar, devemos ter consciência disso. Afinal, em tudo o amor é uma troca, até quando acaba.
Abraços.

Nanda Melo disse...

Eu, que não sei nada sobre o amor, mas ouso dizer que sei amar, desaprendo tudo e reaprendo de novo lendo seu texto. Reconhecer algumas "maluquices" minhas nas suas palavras é um alívio, sabe... é como se as minhas minhocas descansassem no jardim das suas letras, que são tão reais.... que me assustam. Mas, aí eu lembro que não corresponde ao todo, que a construção das palavras diz pouco do que de fato é, ou diz muito, mas nunca dirá tudo... e então, te peço: continua escrevendo?

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