Carrego uma bagunça em mim.
Eu sou a própria bagunça. Se por acaso a arrumo, deixo de existir.
Vocês têm noção de como é difícil ter que viver bagunçada pra existir?
Faço agenda, meticulosamente. Cumpro-a.
Mas se por acaso eu venho a perder a minha agenda, sei exatamente tudo o que está escrito lá.
Mas é claro que não é dessa bagunça que eu falo!
Sou responsável e sei parecer ser organizada.
Sei fingir ter o que não tenho.
Sei fazer charme.
Faço charme pra esconder a minha bagunça interior.
Uma vez, por acidente, um homem viu a minha bagunça.
Descobriu a zona que há dentro de mim.
"Me ferrei, pensei eu".
Mas o homem gostava de putaria, encantou-se com a minha zona e ficou em mim.
9 comentários:
Como você me completo com a "minha bagunça interior". Acho que sem ela, posso ficar esquisita a mim mesma e não posso me relacionar com alguém ausente (rs). Que sua bagunça seja motivos para loucuras e belas poesias Alicia.
Beijoca!
E que graça teria se fosse tudo sempre organizado?
Adorei e me identifiquei.
Beijo, Alicia.
Ei, que profundidade toda é essa na madrugada, mulher?
Desde que comecei a te ler, sempre te achei organizada e bagunçada. Organizada para twittar e escrever, bagunçada para sentir e amar. E acho que é isso que te faz ser 'não toda', sempre. <3
Toda bagunça depende do ponto de vista. E cada um é bagunçado do seu jeito.
Amor é encontrar alguém que dê conta junto dessa desorganização que é ser mulher nesse corpo de mulher, não precisando se fazer de toda o tempo todo. Deixando a existência alguns segundos mais suave. E assim é ler você, Alícia!! Um beijo, bem grande.
Olá,
Adorei os trocadilhos, e uma observação ou tradução ou seja lá o que for dessa prosa gostosa: sabe quando voce escuta que pra toda panela tem uma tampa? acredite, não faz bem a saúde deixar essa QUASE utopia desaparecer.
Homem de 2indices
"É preciso ter um caos dentro de si para dar a luz à uma estrela brilhante" .
Olha eu, o clichê ambulante, citando o Nietzsche. É que a tua bagunça de ser gente ilumina tanta coisa por aqui, menina. Você brilha. Sempre.
Você e essas tuas palavras gostosas, boêmias, transloucadas, doidas, verdadeiras, que mais me parecem um cálice de vinho, com alguns livros desarrumados na estante enquanto se ouve uma boa música.
Tim-tim.
"Tô brega hoje. Sinto que vou escrever um texto super clichê. Estou advertindo-o desde já, leitor. Eu não me leria, especialmente hoje. Se és tão ruim, Alicia, por que insiste em escrever? Eu pergunta pra mim. (Isso mesmo, é eu pergunta, e não eu pergunto)" hahaha' adorei quando você começou assim... Sempre perco textos escrevendo diretamente no blog, passei a escrever primeiro no word, mas tem dia acordo ousada e me arrisco colocar tudo a perder.
Eu chamo a minha bagunça de "baguncinha organizada" porque eu sempre consigo me encontrar nela. Adoro seus textos querida Alicia. Beijo =*
Me lembrei da canção "Coisas que eu sei" "eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado..."
Uma vez deixei que uma mulher mirasse minha bagunça, ela acreditou que poderia jogar a bagunça dela na minha e podia mesmo, mas eu fui egoísta demais, hoje ela está organizada, eu ainda tenho as bagunças, mas estou bem isso, já não abro a porta pra todo mundo, mas os que vêm certamente se encantam.
Me apaixonei pelo texto
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