Algo ameaça a mudar e estou me desequilibrando. Talvez eu caia. Talvez eu volte ao meu equilíbrio costumeiro. Talvez eu mude o meu ponto de equilíbrio. Talvez eu esteja supervalorizando a minha mini-mudança. Talvez nem seja uma mudança. É possível que não seja uma mudança, ainda que algo mude, e saber disso me dói. Mas é de talvezes que se faz um amor e é de talvezes que se faz uma vida. É de talvezes que eu me faço. Talvez eu me case, ou compre uma bicicleta. Talvez eu deva ir me foder por escrever palavras tão ridículas. Acontece que sou uma apaixonada pela pequenez humana. O ser humano é tão medíocre...e eu sou cretinamente apaixonada por essa condição. Isso faz de mim um talvez ambulante, que nada sabe fazer, e que se engana achando que é resiliente, quando é apenas babaca. Isso faz com que eu ame e ache que isso é grande coisa. O amor, às vezes e na melhor das hipóteses, serve pra atrapalhar. E na maioria das vezes, o amor não serve pra nada. Pode soar pessimista, vocês podem achar que eu não conheço o amor ou qualquer blá-blá-blá que conforte vocês na ideiazinha de que o amor é lindo...e hahahahaha, me desculpem, gente. Mas o amor é ridículo. Eu amo o amor, eu amo amar, eu não seria eu se não amasse ou se não fosse amada. Mas preciso confessar a vocês que até mesmo o amor se mostra pequeno diante da vida. Não porque o amor seja pequeno, o amor é milagreiro, mas é que o ser humano consegue afundar com qualquer coisa que chegue até as suas mãos, até mesmo com o amor. Só que o amor continua sendo lindo, mesmo estando fodido - eis todo o problema.
7 comentários:
Eu lembro do ano passado quando tu entrou em crise por achar que não conseguia escrever e hoje talvez tu mude ou na verdade, só ache que mude.
Pensei em mil coisas para fazer com que tu não quisesse mais sair do twitter, mas cabe a ti, né. Eu ficaria triste por te perder onde te conheci. Querendo ou não, tu é uma parte de mim no que eu entendo por amor.
E a propósito, adorei o texto, Ali. s2
É aquela velha máxima> Ö mundo é maravilhoso, quem não presta é o ser humano". Talvez seja verdade, talvez não. Talvez eu nem saiba do que estou falando. Talvez.
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Passar por aqui é correr em um campo de girassóis.
Essa é nossa mola, o talvez... vamos prum lado e pro outro pensando, talvez...
Sou desse clube de "talvezes"...
Talvez... talvez... talvez... A única certeza que tenho é que o talvez sempre fará parte da minha vida.
"o ser humano consegue afundar com qualquer coisa que chegue até as suas mãos"
Pensei em miséria neurótica e lembrei de Freud, do q ele fala sobre trocar a miséria neurótica pela infelicidade comum. Talvez o amor seja essa infelicidade comum, ou algum tipo dela?
Adorei, A.
Talvez, talvez, talvez.
Talvez a gente nem precise saber!
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