Meu corpo é tecido de dias e bordado de noites.
Meus quereres são invernos disfarçados de verão.
Meus ouvidos pedem silêncio, meus olhos flertam com o escuro.
E fico achando que sou moça alegre.
O riso é meu disfarce.
A tranquilidade é minha roupa.
A resignação é meu acessório.
A paz é minha maquiagem.
Mas não me tire o riso,
não me tire o amor,
não me tire a maquiagem e nem a fome.
De vez em quando apenas me chame pelo nome.
Não posso esquecer de lembrar que não sei quem sou.